A Consciência em crise em Cesário Verde
1976; Volume: 5; Linguagem: Português
10.11606/issn.2594-5963.lilit.1976.113794
ISSN2594-5963
Autores Tópico(s)Education and Public Policy
Resumonos obra curta, só publicada postumamente.Apesar de seu desaparecimento prematuro, estamos diante de um poeta como poucos, verdadeiramente original, cujas preocupações íntimas contestam certas características básicas do mo vimento literário a que pertence -o Realismo -prenunciando já em seu pessimismo e angústia, num estilo invulgar e na frenética obses são do movimento, as inquietações da crise finissecular O espírito deca dente, marca registrada do fim do século XIX, produto da cidade e da Revolução Industrial, parece desenhar-se já em Cesário Verde, na sua atração mórbida pela massa humana que se comprime nas ruas, pelos ruídos, pelos cheiros, pelos múltiplos aspectos que só a civili zação pode oferecer O fascínio pelo cenário urbano não impede, porém, que o poeta se insurja contra os dramas sociais que nele ocor rem, experimentando uma sensação de desconforto e tédio.É, pois, uma constante em Cesário Verde a denúncia da degradação do ho mem, vítima do progresso e da exploração burguesa, quando o dinhei ro passa, cada vez mais, a predominar sobre os valores humanos, provocando uma visível e desumana desigualdade de classes.E qual é o papel do Poeta e da poesia perante tais problemas?Que consciência assumir diante da degradação do homem?Estas são, a nosso ver, as questões fundamentais que a poesia de Cesário Verde nos propõe.Para respondê-las, limitar-nos-emos à análise de um de seus textos mais ricos e conhecidos, "Num Bairro Moderno" (1 )
Referência(s)