Artigo Acesso aberto Revisado por pares

A diacronia das clivadas e pseudo-clivadas: implicações da gramática V2 nas estruturas de foco

2017; UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS; Volume: 59; Issue: 2 Linguagem: Português

10.20396/cel.v59i2.8649152

ISSN

2447-0686

Autores

Damaris Matias Silveira,

Tópico(s)

Spanish Linguistics and Language Studies

Resumo

Esta pesquisa busca investigar diacronicamente as sentenças utilizadas para focalizar constituintes sintáticos, as clivadas e pseudo-clivadas. Tais sentenças caracterizam-se pelas sequências Cópula+Foco+que+IP (clivadas canônicas) e SentençaWh+Cópula+Foco (pseudo-clivadas canônicas). O período considerado para a busca dessas sentenças é o que se estende do século XVI ao XIX, indo do Português Médio ao Português Moderno. Seguindo a argumentação de diversos autores, assumo que, até o início do século XVIII, o português tem um funcionamento de língua V2, ou seja, licencia o movimento do verbo para uma posição alta na periferia esquerda da sentença. De acordo com Kato e Ribeiro (2005/2006) e Kato (2009), o único padrão de clivadas que inexistia no período em que o português era uma gramática V2 seria o canônico, por restrição desse sistema gramatical. O que é feito neste estudo é, portanto, observar a ocorrência das estruturas clivadas ao longo do tempo, através de textos que compõem o Corpus Histórico do Português Tycho Brahe, e apresentar evidências de que a ausência das clivadas de cópula inicial não ocorre por restrição para seu licenciamento, mas por opção do falante, uma vez que a sua língua disponibiliza de outro recurso gramatical de focalização.

Referência(s)