Artigo Acesso aberto

REFERENCIAÇÃO: INSTABILIDADE E INTERAÇÃO

2017; UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO; Issue: 10 Linguagem: Português

10.12957/pr.2017.31627

ISSN

2317-2215

Autores

Iran Nascimento Pitthan,

Tópico(s)

Linguistics and Discourse Analysis

Resumo

Este trabalho se volta para os referentes como objetos de discurso, construídos à medida que o enunciado vai sendo desenvolvido. Entendemos que a interação, diante do conjunto de possibilidades oferecido pela língua, implica escolhas singulares de cada interlocutor, e não se pode deixar de levar em consideração a instabilidade da língua. A construção do tecido textual não acontece apenas com o uso de anáforas diretas, conforme M. M. Cavalcante, e lidamos com a constatação de que operam com memória compartilhada e são responsáveis por vasta carga informativa no discurso que, além de determinar a ativação de conhecimentos comuns, podem criar surpreendentes efeitos. Para Ingedore Koch e L.A. Marcuschi, são expressões nominais que podem ser definidas, indefinidas e também pronomes referencialmente interpretados, sem que lhes corresponda um antecedente explícito no texto. Seguimos também Apothéloz & Reichler-Béguelin, que afirmam ser na própria constituição do texto que os referentes são utilizados como objetos de discurso e não apenas como objetos de mundo. A progressão, que constrói a teia do texto, é delineada na manutenção tópica e torna possível sustentar todo o processo de organização. A relação entre linguagem e mundo não é transparente nem definitiva, e as palavras, quando manipuladas para a produção de sentidos, podem produzir resultados variados e se distanciar de ideias que pareçam mais óbvias

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