Artigo Acesso aberto

Cancro de Mama: Valor em Saúde, Custos e Financiamento

2017; Ordem dos Médicos; Volume: 30; Issue: 11 Linguagem: Português

10.20344/amp.9093

ISSN

1646-0758

Autores

Ana Harfouche, Sílvia Silva, João Leal de Faria, Rui Alexandre Fernandes de Araújo, António Gouveia, Maria Ribeiro Lacerda, Luís d'Orey,

Tópico(s)

Health Systems, Economic Evaluations, Quality of Life

Resumo

Introdução: O cancro de mama é a segunda doença oncológica mais comum no mundo. Com o propósito de estudar o novo financiamento por patologia – cancro de mama – implementado no Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil, foram analisados os custos reais dos doentes, através da metodologia de custeio activity based costing. Pretendeu-se dar resposta à pergunta de investigação: “Quanto custa tratar o cancro de mama por ‘mês*doente’ face ao ‘envelope financeiro’ fixo mensal?”.Material e Métodos: O universo foi constituído por 807 doentes correspondendo a todos os doentes elegíveis no novo programa de financiamento por patologia e entrados ao longo do primeiro ano de implementação. Através do activity based costing foram apurados os custos reais totais por estádio da doença e por ‘mês*doente’ e o desvio relativamente ao ‘envelope financeiro’ fixo mensal.Resultados: Total de custos (6,6 M€), total de financiamento (5,2 M€) para um total de 5648 ‘meses*doente’. Em 2014, o saldo entre o financiamento obtido e os custos reais, foi negativo em 1,4 M€ para o universo de 807 doentes.Discussão: As situações extremas em termos de custos por ‘mês*doente’ face ao ‘envelope financeiro’ mensal fixo foram: (i) o estádio 0/TIS com financiamento superior em 415,23 € por ‘mês*doente’; (ii) o estádio IIIC com um financiamento inferior em 1062,79 € por ‘mês*doente’.Conclusão: O custo ‘mês*doente’, independentemente do estádio da doença, foi de 1170,29 €. O desvio médio ‘mês*doente’ foi negativo (241,21 €) face ao ‘envelope financeiro’ mensal fixo de 929,08 € no primeiro ano. Estabelecer modelos de financiamento com base no activity based costing será crucial para a sustentabilidade futura do sector da saúde.

Referência(s)