
Quem tem medo de quem nas cidades de hoje? Políticas de segurança pública em tempos neoliberais
2017; Groupe de Recherche Amérique Latine Histoire et Mémoire; Volume: 34; Linguagem: Português
10.4000/alhim.5802
ISSN1777-5175
AutoresSonia Maria Taddei Ferraz, Clara Braga de Britto Pereira, Letícia Lyra Acioly, Nicolle Peres Cardoso,
Tópico(s)Crime, Illicit Activities, and Governance
ResumoEsse texto atualiza reflexões sobre o quadro das estratégias privadas de segurança contra a violência na cidade do Rio de Janeiro, tendo como subjacência os novos processos neoliberais de acumulação capitalista que tem “redesenhado” a paisagem carioca É o medo da violência que dá à cidade aspectos e conformações que simbolizam com clareza os conflitos de classes. A desigualdade sócio-econômica é representada por formas distintas de estar e de habitar nas cidades polarizadas pela dupla exclusão: a auto-exclusão das elites nos bairros de alta renda – contratando segurança privada de todos os tipos e a exclusão dos pobres periferizados e miseráveis sem acesso à moradia e aos espaços públicos. Nos últimos anos as estratégias neoliberais trouxeram para o campo das políticas públicas de segurança as parcerias público-privado através da Operação Segurança Presente glamourizada pela cópia da estética de food-trucks. Com a promessa do combate à violência, as novas políticas mantiveram o ideário securitário e incentivaram o mercado da segurança, delimitando e instituindo novos territórios urbanos como arenas de turismo e consumo, esvaziados de conflitos, desenhando uma paisagem aparentemente segura, colorida, alegre e festiva, como se o consumo fosse democrático e a vida fosse justa para todos.
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