Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Garimpeiros de Ouro e Cooperativismo no século XXI. Exemplos nos rios Tapajós, Juma e Madeira no Sudoeste da Amazônia Brasileira

2017; Couffy-sur-Sarsonne; Volume: 33; Linguagem: Português

10.4000/confins.12445

ISSN

1958-9212

Autores

Maria Célia Nunes Coelho, Luiz Jardim Wanderley, Reinaldo Costa,

Tópico(s)

Geography and Environmental Studies

Resumo

Esse artigo busca problematizar: 1) quem são os garimpeiros na atual Amazônia brasileira, como atuam e quais suas características frente às outras formas de mineração; e 2) a informalidade do garimpo em contraposição à ideia de “modernização” por meio da mineração industrial, de hidroelétricas ou do agronegócio, ou ainda do cumprimento da legislação ambiental e da valorização de organizações de cooperativas de mineradores. Fundamentados principalmente em trabalhos de campo e nas teorias sobre regulação da economia e reestruturação espacial, analisamos como o processo de “modernização” desencadeado por empresas mineradoras industriais, hidroelétricas e pelo agronegócio atinge os garimpeiros artesanais no sudoeste da Amazônia brasileira, em especial pelo recrudescimento do controle ambiental e do uso dos recursos minerais. Concluímos, neste estudo, que existe uma diversidade complexa de mineradores de ouro, que incluem desde pequenos garimpeiros artesanais, informais e descapitalizados; passando por trabalhadores percentistas, pagos em porcentagens da extração; mineradores donos de garimpos, balsas, dragas ou investidores capitalizados; cooperativas familiares ou de mineradores capitalizados; e corporações de mineração. No atual contexto amazônico, os projetos ditos modernos e intensivos em capital, com forte apoio estatal, vêm pressionando e inviabilizando os pequenos garimpeiros. A estes restam como meios de manter sua subsistência de maneira formal: a organização em cooperativas familiares e a aliança desigual com mineradores capitalizados ou com corporações da mineração.

Referência(s)