Automedicação em idade pediátrica

2017; Hospital Center of Porto; Volume: 26; Issue: 4 Linguagem: Português

10.25753/birthgrowthmj.v26.i4.10489

ISSN

0872-0754

Autores

Nídia Belo, Patrícia Maio, Susana Gomes,

Tópico(s)

Pharmaceutical Practices and Patient Outcomes

Resumo

A automedicacao pediatrica consiste na administracao de medicacao a crianca ou adolescente pelos seus cuidadores, ou pelo proprio no caso de criancas maiores e adolescentes, sem observacao medica previa. Os dados nacionais sobre a prevalencia e seguranca desta pratica sao escassos. Este estudo pretendeu avaliar a prevalencia de automedicacao em idade pediatrica, identificar os farmacos mais utilizados e os principais fatores motivacionais. Foi efetuado um estudo transversal, observacional, descritivo e retrospetivo. Amostra de conveniencia obtida atraves da aplicacao de um questionario online de autopreenchimento pelos pais/cuidadores de criancas e adolescentes. Foram obtidos 209 questionarios, referentes a criancas e adolescentes ate aos 17 anos (mediana dois anos), sem diferenca de genero. A maioria dos inquiridos (64%) afirmou ja ter automedicado os filhos, dos quais 24% no mes anterior ao estudo. A nocao de que se trataria de um problema de saude simples e recomendacao da mesma atuacao em situacao anterior semelhante constituiram os principais fatores motivacionais. Os antipireticos foram os farmacos mais utilizados (paracetamol em 84,7% e ibuprofeno em 53,1%), verificando-se grande variabilidade na dose administrada. Antitussicos/mucoliticos, antiemeticos e antidiarreicos foram utilizados por 26% da amostra. As reacoes adversas decorrentes da automedicacao ocorreram em 1,4% criancas e adolescentes. A prevalencia de automedicacao encontrada neste estudo foi elevada, resultado consistente com estudos internacionais sobre o tema. Os principais farmacos utilizados sao medicamentos nao sujeitos a receita medica. Salienta-se a elevada utilizacao de medicamentos sem eficacia comprovada ou desaconselhados em pediatria. A desadequacao da dose administrada ao peso da crianca foi um dos fatores de risco identificados no estudo, constatando-se casos com potencial toxicidade. E necessario informar os pais das consequencias da automedicacao indevida e instrui-los para uma pratica responsavel.

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