
RUPTURA DE TENDÃO DO MÚSCULO EXTENSOR DIGITAL LONGO EM UM GALO DOMÉSTICO
2017; UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ; Volume: 4; Linguagem: Português
10.4025/revcivet.v4i0.39828
ISSN2358-4610
AutoresElizete Gabriel Da Silva, Stacy Wu, Ronaldo José Picolli, Guilherme Pancera Adams, Anderson Carvalho,
Tópico(s)Orthopedic Surgery and Rehabilitation
ResumoGalos domesticos ( Gallus gallus domesticus ) sao aves habitualmente usadas como animais de producao e representam grande importância para a economia do pais, contudo ha situacoes de criacao destas como animais de companhia, por sua inteligencia e empatia. Estudos etologicos reportam que a capacidade cognitiva e emocional destas aves sao semelhantes a de criancas pequenas e primatas, e ate superior a outras classes de aves. Instalacoes inadequadas ao tamanho e porte do animal podem levar a traumas e injurias a estes individuos e o objetivo deste relato e demonstrar a abordagem clinica da ruptura de tendao do musculo extensor digital longo em um especime de galo domestico atendido no Hospital Veterinario da Universidade Federal do Parana, em Palotina/PR. Na anamnese a proprietaria relatou que o animal estava com o membro pelvico direito preso a uma estrutura com frestas dentro do galinheiro. Ao exame fisico, o paciente apresentava solucao de continuidade (aproximadamente 1 cm) na pele do membro pelvico direito, com presenca de sangue e transudato limpido, e incapacidade de realizar a extensao dos digitos e retracao do tarso-metatarso. Como conduta terapeutica utilizou-se cloridrato de tramadol (10 mg/kg), meloxicam (0,5mg/kg) e ringer lactato (20 ml/kg). Em seguida o paciente foi encaminhado para estudo ultrassonografico com transdutor de frequencia acima de 10 MHz, que revelou a perda de homogeneidade do tendao, caracterizada por espacos hipoecoicos ou ate mesmo anecogenicos entre as porcoes do mesmo. Frente ao diagnostico de ruptura foi realizada a correcao clinica com imobilizacao externa do membro, com a tecnica de tipoia de Ehmer modificada, por um periodo de sete dias acrescido de repouso. Apos este periodo removeu-se a imobilizacao e constatou-se que melhora na deambulacao e recomendou-se a execucao de fisioterapia com movimentos de extensao e flexao. Nas aves o musculo extensor digital longo esta em posicao profunda ao tibial cranial e e o extensor funcional do segundo, terceiro e quarto dedos, somado a acao de suporte para flexionar o tarsometatarso. Lesoes ortopedicas sao frequentes em aves cativas e de vida livre, e as causas mais comuns para animais domiciliados sao os traumas secundarios a quedas, doencas nutricionais, e acidentes em instalacoes inadequadas. As lesoes podem ser reparadas por meio de orteses e pensos ou por meio de procedimentos cirurgicos. As aves apresentam peculiaridades anatomicas e fisiologicas a serem consideradas, como postura corporal bipedal, que implica em especial distribuicao de cargas e forcas. A imobilizacao nao deve permanecer por periodo prolongado para evitar atrofias musculares, anquilose, lesao articular e prejuizo as penas, e o material utilizado deve ser leve, para nao alterar o equilibrio e facilitar a sustentacao e a locomocao do animal e evitar lesoes iatrogenicas. Durante o periodo de recuperacao, deve-se ter cuidados especiais com o paciente, como restricao de espaco, diminuicao de estresse e suporte nutricional adequado. A tipoia de Ehmer modificada e utilizada em casos de lesoes de tarsometatarso em aves, e neste metodo o tibiotarso funciona como uma tala para o tarsometatarso. Conclui-se que a imobilizacao externa com a tipoia de Ehmer foi efetiva no tratamento de ruptura do tendao do musculo extensor digital longo do especime e se mostrou como tratamento clinico eficiente, de baixo custo, e baixa manutencao.
Referência(s)