Artigo Acesso aberto

Remédiation et praxis énonciative (Remediação e práxis enunciativa)

2018; Volume: 23; Issue: 1 Linguagem: Português

10.35168/1980-5276.utp.interin.2018.vol23.n1.pp8-25

ISSN

1980-5276

Autores

Jacques Fontanille,

Tópico(s)

Cultural Insights and Digital Impacts

Resumo

Se a remediação é concebida como a substituição de um meio (medium) por outro, provocando a reconfiguração dos conteúdos e das semióticas-objetos veiculados por esses meios (media), ela pode ser considerada como um caso particular da práxis enunciativa, essa concepção da enunciação segundo a qual nunca haveria uma enunciação original, mas sempre enunciações que retomam e transformam outras enunciações. Decorrem dessa premissa vários problemas, que constituem o objeto desta contribuição(1) Em primeiro lugar, deve-se certificar de que as manipulações do meio (substituição, combinação, derivação ou outro) derivam da enunciação: obviamente, na concepção de Benveniste, isso é inconcebível, e ela deve evoluir consideravelmente.(2) Jean-Marie Floch aproxima a práxis enunciativa da bricolagem levistraussiana, mas como a concebe, ela não leva em consideração o meio-suporte das comunicações, e concerne às inovações obtidas por associações e reconfigurações entre vários artefatos culturais já existentes. É então a noção de "remediação" que se deve fazer evoluir para que seja compatível com aquela de bricolagem.(3) A práxis enunciativa, de Saussure a Greimas, deve explicar a persistência das significações, interpretações, intercompreensões, apesar da instabilidade e da reformulação incessante das formas que as suscitam. Desse ponto de vista, o que é constante vale mais do que o que muda, e a remediação, assim como a bricolagem, se assentam sobre um ponto de vista antagônico.Esta contribuição não resolverá todas as questões, mas se esforçará principalmente em propor um quadro teórico para a enunciação que seja capaz de acolher as respostas de maneira coerente.

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