Lugares étnicos e maravilhosos do imaginário cabo-verdiano (em "Chiquinho", de Baltasar Lopes)
2017; Linguagem: Português
10.62791/cb5c9h02
ISSN2573-1432
Autores Tópico(s)Cultural, Media, and Literary Studies
ResumoResumo: O romance Chiquinho, de Baltasar Lopes, merece com toda a justiça ser considerado uma referência capital na moderna ficção realista cabo-verdiana, quer devido à história que nele se narra, quer ao valor literário da sua escrita. Mas, ao ser uma referência notável de identificação entre o homem crioulo e o protagonista, aquele valor tende a ser desvalorizado na proporção do seu ganho em popularidade. Com pouco de contador de histórias, Baltasar Lopes investe no texto toda uma estética de entendimento da vida, e toda uma poética que só se revelam pela análise minuciosa não apenas da história e do mundo crioulo que a envolve, da interpretação dos aspectos menos visíveis do texto mas, sobretudo, dos processos que Mestre Baltasar Lopes designava por oficina da escrita. A esta luz descritiva, de análise, interpretação e síntese, tanto se atingem melhores eixos de sentido, como os valores humanos mais genuínos, ocultos pelas realidades empíricas da vida (a seca, a emigração, a falta de perspectivas de futuro), como se esclarecem todos os percursos que envolveram a génese e composição do romance.
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