Artigo Acesso aberto Revisado por pares

Quando filmes são palavras: uma introdução aos estudos de roteiro

2017; Volume: 11; Issue: 28 Linguagem: Português

10.30612/raido.v11i28.6336

ISSN

1984-4018

Autores

Pablo Gonçalo,

Tópico(s)

Cinema and Media Studies

Resumo

Adaptação (2002), de Spike Jonze, inicia-se com uma sequência curiosa. Estamos num set, numa típica cena de metalinguagem que aos poucos revela facetas mais inusitadas. Além do diretor, dos atores, dos demais técnicos de fotografia e som também surge uma figura um tanto espalhafatosa: Charlie Kaufman (Nicolas Cage) é o roteirista – autor e personagem – que que dar alguns palpites nas cenas. Suas sugestões, no entanto, são desastradas e causam mais problemas de filmagem do que soluções técnicas. Com o script nas mãos, Kaufman emerge como um onírico e complicado sujeito imerso no mundo das letras e completamente à parte diante cotidiano pragmático do set. Aos poucos, enquanto os créditos do filme ainda sobem, os técnicos, a produção e o diretor tomam uma decisão. Não há ali, e naquele contexto, espaço para Kaufman. Eles pedem para Kaufman retrirar-se. Fecha-se a porta do estúdio. Findos os créditos, inicia-se o filme.

Referência(s)