Artigo Acesso aberto

A LITERATURA, O MERCADO e o canto da sereia

2017; Volume: 1; Issue: 1 Linguagem: Português

10.13102/lm.v1i1.1718

ISSN

2177-0344

Autores

Vera Lúcia Follain de Figueiredo,

Tópico(s)

Urban Development and Societal Issues

Resumo

A primeira crônica, publicada por João Ubaldo Ribeiro, no jornal O Globo, noano 2000, logo após o réveillon, gira em torno da relação entre arte e dinheiro. O escritor baiano, em tom irônico, manifesta sua profunda irritação diante do fato de muitas pessoas teimarem em não considerar a atividade artística como um trabalho digno de remuneração como qualquer outro, pois veriam o artista como um ser especial, escolhido pelas musas, diferente do comum dos homens e, portanto, acima dos interesses materiais. Essas mesmas pessoas, segundo João Ubaldo, seriam aquelas que acusariam o escritor de prostituição, de tornar-se um mercenário vil, seduzido pelocanto da sereia do mercado, quando este se revela preocupado com a venda de seus livros ou aceita escrever por encomenda. Para fundamentar a sua defesa contra o “país que se apega a essas noções atrasadinhas”, nosso autor cita o exemplo de vários artistas consagrados que não perdiam de vista a recompensa financeira de seus trabalhos, como Shakespeare, Balzac, Dickens e lembra que Rembrandt, Goya, Michelangelo e Oscar Niemeyer também criaram por encomenda.

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