Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

What are jaguars eating in a half-empty forest? Insights from diet in an overhunted Caatinga reserve

2018; Oxford University Press; Volume: 99; Issue: 3 Linguagem: Inglês

10.1093/jmammal/gyy027

ISSN

1545-1542

Autores

Everton B. P. Miranda, Anah Tereza de Almeida Jácomo, Natália Mundim Tôrres, Giselle Bastos Alves, Leandro Silveira,

Tópico(s)

Genetic and phenotypic traits in livestock

Resumo

Persistence of top predators in protected areas requires healthy populations of prey species. Jaguars (Panthera onca) are top predators in the Caatinga dry forest, a xeric domain in northeastern Brazil. Poaching is a threat to populations of jaguar prey in the Caatinga, but it is still widely popular among locals. Here, we investigated molecularly identified jaguar scats to assess prey composition in a protected area where large prey has been heavily depleted or driven extinct by poaching. We also make direct comparisons between trophic niche width and mean prey size through a literature review. We show that over 90% of the diet of jaguars was comprised of prey under 5 kg, mainly armadillos. Furthermore, we found that the values of trophic niche width (2.21) and mean prey size (5.23 kg) in our study area are among the lowest ever described for jaguars in the literature. Our results demonstrated that jaguars are able to shift their diet to small prey when larger quarry is scarce. However, subsisting in such a stressful trophic position may lead to decreased levels of recruitment and low emigration rate. Breeding females would have difficulty raising cubs without abundant large prey. If jaguars are to persist in the Caatinga, effective actions to reduce poaching inside protected areas and corridors must be implemented. One of the most important jaguar populations in this domain inhabits our study site, and prey conservation is paramount for long-term persistence of this top predator in the Caatinga. A persistência de predadores de topo em unidades de conservação requer populações saudáveis de suas presas. A onça-pintada é um predador de topo nas florestas secas da Caatinga, um domínio xérico do nordeste do Brasil. Embora a onça-pintada seja localmente ameaçada, sua ecologia neste domínio ainda é pouco conhecida. A caça furtiva é uma ameaça às populações de presas da onça-pintada na Caatinga, mas ainda muito popular entre os habitantes locais. Nesse estudo, nós analisamos fezes geneticamente identificadas de onça-pintada para acessar a composição de presas de uma unidade de conservação onde as populações de presa foram seriamente diminuídas ou extintas pela caça furtiva. Nós também fizemos comparações diretas entre a amplitude do nicho trófico e do tamanho médio da presa através de uma revisão de literatura. Aqui, nós demonstramosque 90% da dieta da onça-pintada foi composta por animais de menos de 5 kg, principalmente tatus. Adicionalmente, nós notamos que os valores de amplitude do nicho trófico (2.21) e tamanho médio da presa (5.23 kg) estão entre os mais baixos descritos para a onça-pintada na literatura. Nossos resultados demonstram que a onça-pintada é capaz de mudar sua dieta para presas de pequeno porte quando animais maiores são escassos. Contudo, subsistir em uma posição trófica estressante pode diminuir os níveis de recrutamento e emigração. Fêmeas reprodutivas dificilmente seriam capazes de criar filhotes sem presas de grande porte em abundância. Se espera-se que as onças persistam na Caatinga, ações efetivas para a redução da caça furtiva dentro de unidades de conservação e corredores ecológicos precisam ser implementadas. Uma das mais importantes populações de onça-pintada nesse domínio habita nossa área de estudo, e a conservação de suas presas é fundamental para a persistência em longo prazo desse predador de topo na Caatinga.

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