Um olhar discursivo nas reflexões pedagógicas da EJA: relação poder-saber
2017; UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO; Volume: 1; Issue: 1 Linguagem: Português
10.30681/2594.9063.2017v1n1id2621
ISSN2594-9063
AutoresCristiane dos Santos Liberato Eugênio, Celina Aparecida Garcia do Nascimento,
Tópico(s)Education and Digital Technologies
ResumoOs professores tanto da rede pública como privada recebem orientações pedagógicas advindas de sistemas de ensino por meio de documentos orientadores. Esses documentos são, de um modo geral, acatados numa postura de obediência às imposições, muitas vezes veladas, que permeiam o discurso pedagógico. Este trabalho tem como objetivo analisar e discutir discursivamente o material destinado a professores e coordenadores do ensino da EJA, na tentativa de questionar e problematizar o discurso das reflexões pedagógicas, almejando contribuir para o aperfeiçoamento de uma postura crítica em relação ao ensino-aprendizagem dessa modalidade de ensino, a partir da análise das condições de produção e da materialidade linguística. Com base na análise desses documentos, essa pesquisa insere-se numa perspectiva histórica que pretende chamar a atenção para a dimensão política, com o interesse em estudar o discurso educacional tendo como objetivo o questionamento das relações de pode-saber. Partimos da hipótese de que o discurso político-oficial das reflexões pedagógicas direcionado ao ensino da educação de jovens e adultos encontra-se atravessado pela imbricação de duas relações: de poder e de saber, objetivando tanto o bem social quanto a busca da verdade. Esse discurso é atravessado por muitas vozes, dentre das quais se encontram aquelas que perpassam o poder. Com essas vozes, vem à tona a heterogeneidade constitutiva no discurso político educacional dos materiais de análise. Buscaremos também os efeitos de sentido e suas implicações para as relações de poder-saber no discurso das reflexões pedagógicas da EJA, bem como, destacar as marcas linguísticas que caracterizam esse discurso e levantar as emergências de resistência incorporada nas relações de poder-saber. Para tanto, nos valemos do arcabouço teórico da Análise do Discurso de origem francesa (AD), a partir dos estudos de Coracini (2003; 2007; 2011), de Pêcheux (1988; 1990); de Orlandi (1999) e de Authier-Révuz (1990; 1998), a partir do método arqueogenealógico de Foucault (1990; 1997; 1999; 2007).
Referência(s)