Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

O jardim secreto: sentidos, performance, memórias e narrativas

2014; Volume: 8; Issue: 1 Linguagem: Português

10.31239/vtg.v8i1.10600

ISSN

2316-9699

Autores

José Roberto Pellini,

Tópico(s)

Brazilian cultural history and politics

Resumo

Pobres das flores nos canteiros dos jardins regulares. Parecem ter medo da polícia... mas são tão boas que florescem do mesmo modo/E têm o mesmo sorriso antigo/Que tiveram para o primeiro olhar do primeiro homem/Que as viu aparecidas e lhes tocou levemente/Para ver se elas falavam... Alberto Caieiro nos fala dos jardins com saudade. Saudes da intensidade e da liberdade. Sausades dos odores inebriantes, das cores mágicas, do gosto pungente. Se o jardim no passado era vivo, agora ele está morto, talvez não morto, mas contido, timido, preso em sua própria modernidade; Mas esta não é apenas a prisão do jardim, é a prisão do homem moderno. Um homem que aprender e foi educado a se conter, a conter seus sentidos, a manter a mão no bolso, a falar baixo, a disfarçar seus odores e ver o mundo de maneira distanciada. Um homem que emoldurou a paisagem e a transformou em um cenário. Mas paisagens não são elementos estáticos e sim aspectos dinâmicos de nossas vidas que são apreendidos sensorialmente através de práticas, memórias e narrativas.

Referência(s)