
Historiadores e memória da historiografia no Rio Grande do Sul: a edição póstuma de Terra Gaúcha (1955), de Simões Lopes Neto
2018; Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP); Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO); Volume: 11; Issue: 26 Linguagem: Português
10.15848/hh.v0i26.1144
ISSN1983-9928
Autores Tópico(s)Rural and Ethnic Education
ResumoO objetivo deste artigo é examinar o aparato paratextual póstumo de Terra Gaúcha (1955), ensaio histórico inédito do escritor regionalista João Simões Lopes Neto (1865-1916). Quais eram as condições (e os limites) da apropriação da obra e do autor no período da edição? Para tanto, busco aliar uma história editorial do manuscrito a uma tipologia das notas de rodapé elaboradas pelos historiadores-editores. A edição de Terra Gaúcha visava legitimar as posições adotadas pelo grupo de historiadores-folcloristas marginal no âmbito do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul (IHGRS), criando um precursor nobre e uma narrativa de memória para seu projeto de escrita de história. Essa operação passou pela atualização científica do texto, através da inclusão de notas de rodapé bibliográficas e documentais, e pela concessão ideológica a teses então dominantes a respeito da formação do Rio Grande do Sul. Essa autorização parcial, no entanto, acabou por reforçar o veto à identidade profissional de historiador para Simões Lopes Neto.
Referência(s)