
Pachira aquatica (Bombacaceae) na obra “História dos Animais e Árvores do Maranhão” de Frei Cristóvão de Lisboa
2002; Rio de Janeiro Botanical Garden Research Institute; Volume: 53; Issue: 82 Linguagem: Português
10.1590/2175-78602002538205
ISSN2175-7860
AutoresAriane Luna Peixoto, Alexandra Escudeiro,
Tópico(s)History of Colonial Brazil
ResumoRESUMO Pachira aquatica (Bombacaceae) na obra “História dos Animais e Árvores do Maranhão” de Frei Cristóvão de Lisboa - Muitos desenhos, relatos e outros documentos escritos pelos europeus nos primeiros séculos após o descobrimento do Brasil continuam até hoje inéditos. Chegaram a Portugal ou ao “Reino Unido”, foram vistos ou relatados junto à Coroa ou em Academias e depois arquivados ou passaram às mãos de alfarrabistas quando estes adquiriram espólios. Alguns destes documentos forampublicados, no todo ou em parte, muitos anos após sua realização. A História dos Animais e Árvores do Maranhão, de Frei Cristóvão de Lisboa, escrita, presumivelmente, entre 1624 e 1627, foi impressa apenas em 1967. Frei Cristóvão soube, durante seu trabalho de evan-gelização, captar e valorizar informações sobre os habitantes e a natureza maranhenses, cujos limites geográficos eram muito mais amplos que os atuais. O presente trabalho dá a identificação botânica de uma espécie arbórea (Pachira aquatica Aubl., chamada ibomguiva, ibonguiaba) descrita e debuxada na obra, e procura ressaltar detalhes do desenho e a acuidade da caracterização descritiva e dos comentários feitos pelo franciscano portu-guês. A interpretação sonora e a transcrição do nome pelo qual era conhecida a espécie pelos habitantes locais, bem como a citação do modo de tratar e usar como alimento as suas sementes, como feitos por Frei Cristóvão, trazem à tona uma pequena fração do saber sobre a natureza que as populações autóctones detinham antes da chegada dos europeus ao território brasileiro e de como este conhecimento pode ser captado e valorizado.
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