Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

O TEATRO QUINHENTISTA DE ANCHIETA E OS RESÍDUOS DO DIABO MEDIEVAL EM TRÊS AUTOS ESCOLHIDOS: AUTO DA PREGAÇÃO UNIVERSAL, NA ALDEIA DE GUARAPARIM E NA VILA DE VITÓRIA OU AUTO DE SÃO MAURICIO

2018; UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ; Volume: 7; Issue: 3 Linguagem: Português

10.18468/letras.2017v7n3.p125-157

ISSN

2238-8060

Autores

Francisco Wellington Rodrigues Lima,

Tópico(s)

Literature, Culture, and Criticism

Resumo

<p>As primeiras manifestações cênicas no Brasil são obras dos jesuítas Manuel da Nóbrega, João Azpilcueta Navarro, os quais utilizaram o teatro como instrumento de educação moral e artística. Mas, segundo José Carlos de Macedo Soares, os colonizadores portugueses trouxeram da metrópole o hábito das representações laicas, mas sem ajustá-las totalmente aos preceitos literários. Eles “amavam as representações desde as mais simples como o <em>apropósito</em>, até as <em>comédias de costumes</em>, passando pelos <em>milagres</em> ou <em>mistérios</em> e pelos <em>autos”</em>, inclusive, aqueles criados por Gil Vicente em Portugal, na época do descobrimento do Brasil (SOARES, 1954, p. 6). Entretanto, coube ao Padre José de Anchieta criar as primeiras manifestações da arte cênica religiosa em nosso país, mesclando em seu contexto, elementos oriundos do velho mundo e da Igreja Católica com os elementos de uma cultura cá existente, a dos indígenas. Sendo assim, o objetivo do nosso artigo é dissertar sobre os <em>resíduos</em> do Diabo Medieval no teatro elaborado pelo Padre José de Anchieta, em três autos escolhidos – <em>Auto da Pregação Universal, Na Aldeia de Guaraparim </em>e<em> Na Vila de Vitória ou Auto de São Maurício</em>. Como resultado<strong>,</strong> defenderemos a hipótese de que a representação do Diabo no teatro medieval está <em>residualmente</em> presente no teatro brasileiro quinhentista do Padre José de Anchieta, bem como as questões relativas à mentalidade, o imaginário cristão medieval, o teatro, a representatividade e os <em>resíduos</em> literários de uma época para outra.</p>

Referência(s)