
<b>A nominalização deverbal em cartilhas de agências reguladoras do Estado: de como a gramática produz efeitos de autoridade e não-negociação
2018; Editora da Universidade Estadual de Maringá (Eduem); Volume: 40; Issue: 1 Linguagem: Português
10.4025/actascilangcult.v40i1.34275
ISSN1983-4683
AutoresGustavo Ximenes Cunha, Ana Larissa Adorno Marciotto Oliveira, Rafael Vinícius de Carvalho Picinin,
Tópico(s)Business and Management Studies
ResumoO objetivo central deste estudo é analisar o emprego de nominalizações deverbais em cartilhas produzidas por agências reguladoras do Estado. Partimos da hipótese de que, no texto escrito, especialmente no âmbito oficial, o uso das nominalizações deverbais sofre o impacto das condições de produção do discurso e, por isso, merece análise específica. Foram analisadas 10 cartilhas produzidas por agências reguladoras brasileiras, nas quais foi identificado um número significativo de instâncias nominalizadas. Do ponto de vista de sua estrutura argumental nominal, o estudo identificou as ocorrências de apagamento de elementos dessa estrutura, bem como analisou como esses elementos são recuperados, o que, em geral, é feito via fluxo discursivo. Com relação à análise das nominalizações como instâncias de metáforas gramaticais, estas são entendidas aqui como fenômenos produzidos no sistema de transitividade hallidayiano. Esse uso propiciou uma maior densidade lexical dos textos analisados. Esse aspecto contribuiu para elevar o caráter objetivo e supostamente neutro dos acontecimentos, ou fatos, aos quais as cartilhas se referem. Os resultados indicaram também que as nominalizações deverbais configuram-se como recursos importantes para que as cartilhas cumpram a finalidade de impor ao leitor a aceitação de pressupostos não-negociáveis, veiculados por estas em sua função oficial.
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