Artigo Acesso aberto Produção Nacional

Imagens no Satyricon: um Ensaio sobre Ars Memoriae

2018; Volume: 8; Issue: 9 Linguagem: Português

10.11606/issn.2177-4218.v8i9p97-116

ISSN

2177-4218

Autores

Caroline Morato Martins,

Tópico(s)

Visual Culture and Art Theory

Resumo

Este artigo discute as noções de memória e imagem na Antiguidade greco-romana. Analisamos essas noções nas obras selecionadas que se relacionam ao que tentamos entender como uma história da arte da memória antiga. Há inúmeras fontes que, talvez, pudessem compor um trabalho com intuito de pensar a história da arte da memória clássica, mas destacamos: Fedro (Platão), De Anima (Aristóteles), De oratore (Cícero), Rhetorica ad Herennium (sem autoria definida) e Naturalis Historia (Plínio, o Velho). Estas obras serão utilizadas para situarmos o uso de recursos ecfrásticos no Satyricon, obra atribuída a Petrônio, um cortesão do período neroniano, segundo Tácito (Ann. XVI, 18-19), elegantiae arbiter da corte de Nero. Salientamos o episódio da Cena Trimalchionis (25-78), devido à composição do retrato do rico liberto Trimalquião, descrições de sua casa e monumento e, posteriormente, o episódio ambientado em uma pinacoteca (83-89), devido à discussão sobre arte encarnada por Encólpio e Eumolpo, quando apresentaremos uma aproximação entre esta obra e a Naturalis Historia, justificada por uma concordância entre ambas relativa à arte ou à valoração que se dá à arte e pela denúncia de uma decadência moral e artística contemporânea. Entendemos que uma leitura adequada do Satyricon requer a elaboração de um panorama crítico e um estudo aprofundado da ars memoriae na Antiguidade, sendo essa a função do artigo.

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