
“Nu corpo da canoa”: desejo, silêncio e sombras em “A Terceira Margem do Rio” relido por Beto Furquim
2017; UNIVERSIDADE VALE DO RIO VERDE; Volume: 14; Issue: 2 Linguagem: Português
ISSN
1807-8591
Autores Tópico(s)Cultural, Media, and Literary Studies
ResumoO conto “A terceira margem do rio”, de Guimaraes Rosa, esta publicado no livro Primeiras Estorias e ja recebeu inumeras leituras criticas, montagens artisticas, performances, foi cantado tambem por Caetano Veloso e Milton Nascimento. Neste artigo, invertendo o que ocorre no conto, e a perspectiva da escolha do pai que sera examinada, em dialogo com a cancao “Margem” do musico paulista Beto Furquim que recria essa mudanca de ponto de vista; tambem sera estabelecido um dialogo com o conto “Sonho de uma flauta”, de Hermann Hesse. Se essa narrativa pode ser lida como abertura ao contingente e espera angustiante do ponto de vista do filho, e possivel pensar que do ponto de vista paterno tal escolha nao tenha a mesma dimensao, pelo contrario, o pai mantem-se fiel a sustentacao do seu desejo: ainda que o rio e a canoa signifiquem, para ele, a solidao, o silencio, sua desconstrucao, sao tambem a sua jornada. A cancao e o barqueiro desta navegacao. A partir dela e de sua forca lirica, vao se fiando e desfiando os fios do rio que a terceira margem obriga navegar.
Referência(s)