Artigo Acesso aberto Produção Nacional

A Relação entre a Democracia Ateniense e as Esposas Legítimas em Aristófanes (Séculos V-IV A.C.)

2018; Volume: 8; Issue: 9 Linguagem: Português

10.11606/issn.2177-4218.v8i9p17-37

ISSN

2177-4218

Autores

Bárbara Alexandre Aniceto,

Tópico(s)

Classical Antiquity Studies

Resumo

Amparados pela perspectiva de gênero, objetivamos discutir a estreita ligação existente entre a comédia aristofânica, a pólis ateniense e o feminino, especificamente no que diz respeito às esposas legítimas. Ao nos debruçarmos sobre a leitura das peças Lisístrata (411 a.C.), As Tesmoforiantes (411 a.C.) e Assembleia de Mulheres (392 a.C.), encenadas no contexto da Guerra do Peloponeso e posterior à derrota de Atenas (404 a.C.), acreditamos que a esposa legítima foi representada como mantenedora da cidade ateniense, uma vez que percebemos a ênfase em sua importância cívica por ser considerada um veículo justo de crítica nas peças aristofânicas. Ao problematizar os acontecimentos e decisões políticas de seu tempo, o comediógrafo o fez inserindo mulheres ativas em suas peças, responsáveis por aconselhar seus maridos sobre aquilo que julgavam prejudicial à pólis. Pela lei da cidadania, promulgada por Péricles e vigente a partir de meados do V século a.C. (450 a.C.), eram essas mulheres que carregavam o compromisso de reproduzir cidadãos atenienses, contribuindo para a manutenção da lógica democrática clássica. No presente artigo, examinamos alguns indícios documentais de Assembleia de Mulheres que nos auxiliam a pensar o problema da participação feminina na Atenas Clássica, bem como as peças Os Acarnenses (425 a.C.), Os Cavaleiros (424) e Rãs (405 a.C.), as quais apontam a natureza crítica das comédias aristofânicas.

Referência(s)
Altmetric
PlumX