Amor e paixões na filosofia moral de Santo Agostinho

2017; University of Porto; Volume: 5; Linguagem: Português

ISSN

2182-7141

Autores

Marcos Roberto Nunes Costa,

Tópico(s)

Religious and Theological Studies

Resumo

Embora reconheca que o homem e um ser concreto, feito para viver, neste mundo, o que implica que tenha de buscar ser feliz neste mundo, entretanto, segundo Agostinho, ontologicamente, o homem nao foi feito para este mundo, mas para Deus, em quem se encontra a unica e “Verdadeira Felicidade”. Tal dualidade o coloca numa situacao de conflito, pois como conciliar a felicidade temporal, proporcionada pelos bens temporais, mutaveis e corruptiveis e a “Verdadeira Felicidade”, que se encontra unicamente em Deus, imutavel e eterno? De que forma o homem deve amar os bens temporais em vista do Sumo Bem Eterno? Para solucionar tal conflito, Agostinho lanca mao de dois outros principios ontologicos: o primeiro e cosmologico, subdividido em: a) que na natureza criada por Deus nao ha senao o bem, sendo, portanto, bens todos os serem materiais ou temporais; b) o que ha na realidade sao diferentes graus de perfeicao entre os seres do universo; c) que a disposicao destes bens neste mundo segue uma Ordem, ao que chama de “Ordem divina”. O segundo: que o homem e dotado de livre-arbitrio, o qual, mediante o uso da Razao iluminada, sabe que caminho deve tomar para respeitar a “Divina Ordem”. Assim sendo, o amor ordenado consiste em amar os bens temporais em vista da Vida Eterna. Ao contrario, o amor ou paixoes desordenadas, em desrespeitar a “reta ordem”, amando os bens temporais como fins em si mesmos, em detrimento de Deus, sao a causa do mal.

Referência(s)