
O erotismo e a libertação feminina no evangelho de Saramago
2018; UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ; Volume: 7; Issue: 4 Linguagem: Português
10.18468/letras.2017v7n4.p261-285
ISSN2238-8060
Autores Tópico(s)Religion and Society in Latin America
Resumo<p>O tema da sexualidade sempre esteve envolto num misto de exaltação e condenação, considerando as diversas culturas e entidades religiosas espalhadas pelo mundo que, de certa forma, ditam as regras de tais atividades. Condenado pelo Cristianismo, o erotismo é submetido ao mundo profano e impuro dos homens e dos demônios, já que nem mesmo o Filho de Deus encarnado teve contato, segundo a tradição, com essas formas de pecado. Essa condenação tem origem já desde as primeiras sociedades patriarcais, responsáveis pela substituição dos valores femininos, como os instintos e a sexualidade, por princípios que deveriam reger um mundo governado por homens, idealmente racionais, no qual à mulher resta um papel subordinado. No entanto, mesmo condenada, a sexualidade não deixa de estar presente no mundo e é por meio dela que José Saramago explora o universo dos Evangelhos enquanto recria duas das principais personagens da vida de Jesus, sua mãe Maria e Madalena, tida como a prostituta arrependida e salva pelo Messias. O presente trabalho procura analisar como cada personagem é relacionada com o erotismo e como cada uma se utiliza, ou não, dele como forma de empoderamento. Maria, submissa tanto ao marido quanto às leis do Senhor, incapaz de explorar ou ter voz quando se trata de sua sexualidade, assim como sua própria vida. Em oposição, Madalena não apenas tem o sexo como fonte de prazer, mas como forma pela qual se libertou da tirania de um Deus macho.</p>
Referência(s)