Artigo Acesso aberto Produção Nacional

Asherah: a ausência erótica de Deus

2018; Volume: 24; Issue: 1 Linguagem: Português

10.15603/2176-0985/mandragora.v24n1p59-76

ISSN

2176-0985

Autores

Angelica Tostes Thomaz,

Tópico(s)

Biblical Studies and Interpretation

Resumo

O presente atigo pretende demonstrar que Israel nem sempre foimonoteísta. Seguindo Reimer crença em um único Deus foi uma “construção cultural-religiosa ocorrida ao longo de um período histórico relativamente longo, basicamenteentre os séculos IX e V a.C”. O panteão israelita passou por diversas fases até chegar asíntese teológico-cultural mais propagada. E nesse desenvolvimento o monoteísmosuplantou Deuses e Deusas, entre elas está Asherah.O culto da Deusa-Mãe é um dos mais antigos da história da humanidade.Deusas como Inana, Ishtar, Anate, Asherah eram muito comuns nos tempos deconstrução do monoteísmo javista, sendo a própria Asherah consorte de Javé. Deusas dafertilidade, grandes-mãe, controladoras da natureza, características que gradativamenteforam assimiladas por Javé, o tornando o único Deus, Todo-Poderoso e assexual.A consolidação desse monoteísmo patriarcal representa também adessacralização da sexualidade e do erotismo. Ao suprimir as Deusas do panteãoisraelita a manifestação erótica de Javé também foi suprimida. Os Deuses e Deusas queoutrora eram representados por suas características sexuais e eróticas, em Javé, suamasculinidade, é representada apenas por associações como pai, guerreiro, rei e não porantropomorfismo.Nessa exposição trataremos de elucidar alguns pontos a respeito da construçãodo monoteísmo javista-masculino, a supressão da imagem da Grande-Mãe, focada emAsherah, e as consequências de um Deus dessexualizado para a tradição judaico-cristã.

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