
Turismo e pobreza na Era da “Favela Global”
2018; UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA; Volume: 33; Issue: 1 Linguagem: Português
10.1590/s0102-699220183301013
ISSN1980-5462
Autores Tópico(s)Social and Economic Solidarity
Resumoo imaginário político e social dos nossos tempos, assim como na cultura popular e de massa, as favelas têm sido tradicionalmente concebidas em termos negativos.Elas materializam a alteridade das cidades funcionais, que devem supostamente operar em ritmo ordenado e virtuoso.São imaginadas como espaços de desarranjo, caos e precariedade, onde a miséria e a violência coexistem com a improvisação para a sobrevivência.Ao redor do mundo, as favelas ganham outros nomes: são banlieues, ghettos, poblaciones ou slums, lugares classificados como "distritos selvagens", "zonas sem lei", "áreas proibidas" de se frequentar (Wac quant, 2008: 1).Em outras palavras, as favelas constituem a margem ou as fronteiras da cidade; são espaços não integrados e de ausências (Leite, 2015).Não à toa, com o passar dos anos, as favelas se tornam mais e mais territórios catalizadores de diferentes iniciativas de gerenciamento, sistematização e normalização que partem da ideia de que há um problema a ser solucionado.Como se insere, nesse contexto, fenômeno tão peculiar como o turismo em favelas?Se, por um lado, favelas são vistas como espaços condenados, onde a violência e a pobreza florescem, por outro, são lugares que despertam um olhar curioso e interessado.De acordo com a UN-Habitat (2013), as favelas também devem ser vistas como lugares "de esperança", oportunidade, desenvolvimento e progresso.Nas
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