Artigo Acesso aberto

As relações de dominação e violência em Números 12 e 16, 1-12, 1-35: abordagem na perspectiva dos fracos, dos vencidos

2018; Volume: 78; Issue: 2 Linguagem: Português

10.15603/1676-3394/ribla.v78n2p47-62

ISSN

1676-3394

Autores

Vicente Artuso,

Tópico(s)

Development, Ethics, and Society

Resumo

O estudo comenta os textos de Num 12, 1-12 e 16, 1-35 através ótica dos fracos e oprimidos. Se difere de autores que veem como incontestável a autoridade dos líderes. Estes textos enaltecem o poder de Moisés e Arão no fato de que o castigo é implacável contra os rebeldes. São situações de crise, onde as relações são marcadas por atitudes autoritárias, e o poder é legitimado pela teologia oficial da elite sacerdotal. Percebe-se que a base não é ouvida, o que contrasta com a teologia do Êxodo e da Aliança. Neste contexto se entende a enorme desproporção entre a culpa e castigo. Isso gera uma forte suspeita de uma ideologia excludente da classe popular, das mulheres, dos pobres que não são ouvidos. A narrativa do conflito de Miriam e Aarão contra Moisés é construída para legitimar a autoridade de Moisés, enquanto a narrativa da revolta de Core Datã e Abirão serve para legitimar a autoridade de Aarão. Isto reflete o conflito de autoridade no pós-exilio, com uma teologia que revela a imagem de Deus ao lado dos líderes e não atento aos clamores dos pobres.

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