Artigo Acesso aberto Produção Nacional

IMAGENS SUSSURRANTES: CINEMA DE FLUXO E TEMPO MÍTICO EM HISTÓRIAS QUE SÓ EXISTEM QUANDO LEMBRADAS

2018; UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO; Volume: 6; Issue: 6 Linguagem: Português

10.12957/abusoes.2018.32688

ISSN

2525-4022

Autores

Fabrício Basílio Pacheco da Silva, Maurício de Bragança,

Tópico(s)

Latin American Literature Studies

Resumo

O artigo tem o objetivo de tensionar cinema e literatura a partir do insólito produzido em Histórias que só existem quando lembradas (Bra/Arg/Fra, 2011), de Julia Murat. Associamos primeiramente o filme ao cinema de fluxo, estética que aposta na sensorialidade, em filmes com narrativas rarefeitas, nas quais a noção de espaço-tempo é ressignificada a partir da dilatação do plano. A partir disso, buscamos pistas para análise na literatura, convocando Pedro Páramo, de Juan Rulfo, como lugar teórico capaz de fornecer paralelos entre as obras do escritor mexicano e de Julia Murat e também nas discussões sobre transculturação narrativa, apresentadas por Ángel Rama. O que nos move aqui é perceber esse gesto evanescente presente no filme, como uma espécie de “imagens sussurrantes”, de existência efêmera, vinculadas ao universo do insólito também construído em Pedro Páramo. Desta forma, o filme se utiliza da estética do fluxo se aproximando da ideia de transculturação alcançada pelos procedimentos literários que renovaram a narrativa dos escritores na América Latina.

Referência(s)