Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Psicanálise e Biopolítica: O Fascínio do Discurso Médico

2018; Volume: 18; Issue: Esp Linguagem: Português

10.5020/23590777.rs.v18iesp.6591

ISSN

2359-0777

Autores

Leonardo Danziato, Ana Carolina Borges Leão Martins, Sabrina Serra Matos,

Tópico(s)

Youth, Drugs, and Violence

Resumo

Este trabalho visa interrogar as causas e os processos discursivos relacionados ao fascínio que o modelo hegemônico da medicina descritiva exerce sobre os profissionais e os alunos dos cursos de psicologia, e também sobre a população como um todo. Buscamos politizar a questão, partindo da discussão mais ampla sobre os manuais classificatórios DSM e CID e suas consequências para o crescente movimento de “autodiagnose”. Em seguida, em uma análise epistemológica, investigamos a histórica e problemática constituição da psiquiatria no campo médico, bem como as possíveis razões para a adesão ao discurso psiquiátrico por parte do campo psicológico. Tal trajeto nos permitiu introduzir uma análise genealógica e crítica da legitimação do saber médico em nossa cultura, realizada a partir do conceito foucaultiano de biopolítica. Nas conclusões, trabalhando com a teoria lacaniana dos quatro discursos, pudemos apontar o quanto a conjunção entre ciência e capitalismo, constatada na dominância do discurso médico, inviabiliza um lugar para o sujeito e para o seu não saber.

Referência(s)