
Os discursos nos filmes de ficção científica: ensino de ciências e a produção de sentidos na perspectiva socioambiental
2018; UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ; Volume: 3; Issue: 2 Linguagem: Português
10.3895/actio.v3n2.7484
ISSN2525-8923
AutoresJúlio César David Ferreira, Roberto Gonçalves Barbosa,
Tópico(s)Film in Education and Therapy
ResumoO presente artigo consiste na análise dos discursos que circulam nos filmes de ficção científica, com ênfase nas noções de ambiente, disciplinaridade, neutralidade e salvacionismo da Ciência. Esses discursos, em suas várias esferas sociais e condições de produção, se manifestam nas relações de ensino e aprendizagem da educação em ciências. A partir da vertente francesa da Análise de Discurso, analisamos a materialidade discursiva dos filmes Interestelar (NOLAN, 2014) e Perdido em Marte (SCOTT, 2015). A escolha dessas duas obras para análise se deve à grande popularidade de ambos, mas principalmente por compartilharem as principais categorias de significação elencadas em nosso recorte discursivo (ambiente, disciplinaridade, neutralidade e salvacionismo da Ciência), ou seja, os filmes dão circularidade a discursos congruentes, consequentemente materializando determinadas ideologias. Muitas vezes, os filmes de ficção científica propagam discursos de uma Ciência ideal, isto é, ocultam valores, preconceitos e ideologias, sobretudo os fatores de ordem social, ambiental e econômica. Tais discursos constroem realidades e acabam fundamentando práticas. Nossas análises indicam a necessidade de uma educação científica e ambiental crítica que problematize discursos presentes não só em filmes, mas em outros meios e espaços de comunicação e significação. Os filmes de ficção científica possuem grande potencial no contexto do ensino das ciências, não somente enquanto mobilizadores da criticidade, mas de um modo mais amplo: as obras de ficção são formas de significação e de mediação que, quando trazidas para o campo pedagógico, potencializam a produção de sentidos para o conhecimento científico, além de ampliar a formação cultural dos sujeitos.
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