Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Euclides da Cunha e a cor local: a pintura da história de Canudos

2018; Associação Sul-Rio-Grandense de Pesquisadores em História da Educação (ASPHE); Volume: 25; Issue: 47 Linguagem: Português

10.22456/1983-201x.70873

ISSN

1983-201X

Autores

Eduardo Wright Cardoso,

Tópico(s)

Urban Development and Societal Issues

Resumo

Publicada em 1902, a obra Os sertões, de Euclides da Cunha, tornou-se um clássico da reflexão e interpretação da realidade brasileira e, por extensão, ensejou o desenvolvimento de uma extensa fortuna crítica e analítica. O objetivo desse artigo é sugerir, pois, uma chave de leitura adicional que consiste em refletir sobre a produção euclidiana a partir do recurso narrativo da cor local. Embora amiúde associada à questão da construção da nacionalidade, o mecanismo da cor local dispõe igualmente de outras implicações e efeitos textuais que dizem respeito à dimensão imagética da narrativa. A partir dos critérios da nacionalidade e da visibilidade textual, procura-se investigar não somente a produção de Euclides, mas também parte de sua fortuna crítica ao longo do século XX. Como hipótese, então, sugere-se que a cor local é parte constitutiva do campo discursivo que compreende não somente a escrita euclidiana, mas também é perceptível nas avaliações de seus comentadores. Por sua vez, a presença do critério da cor local permite sugerir a importância do investimento imagético na prosa do autor e identificar um topos específico na fortuna crítica relativa à produção euclidiana.

Referência(s)