CARTAS AO EDITOR
1991; Conselho Brasileiro de Oftalmologia; Volume: 54; Issue: 1 Linguagem: Português
10.5935/0004-2749.19910045
ISSN1678-2925
Autores Tópico(s)Cardiac, Anesthesia and Surgical Outcomes
ResumoA cirurgia experimentou sua grande evolucao a partir do descobrimento dos metodos antisepticos em 1867, onde associado a outros eventos historicos e a novas descobertas o indice de infeccao caiu de 90% para 10% ate o final do seculo XIX (1). Sao identificados como fatores envolvidos para o desenvolvimento de infeccao da ferida operatoria os bacterianos, tanto os da ferida quanto os do proprio paciente, bem como os relacionados ao tempo de hospitalizacao (2). A partir da decada de 40, a descoberta de novos antimicrobianos desencadeou a sua progressiva utilizacao. O uso desta classe de medicamentos ocasionou o surgimento de resistencia bacteriana, aumento dos custos hospitalares e efeitos adversos (3). Um instrumento importante e adjuvante para a prevencao de infeccao cirurgica consiste na profilaxia antimicrobiana. Contudo, ela deve estar associada as demais medidas de prevencao para garantir a eficacia. Sendo assim, e importante considerar que a profilaxia cirurgica esta intimamente relacionada ao desenvolvimento de resistencia microbiana (4). A utilizacao da profilaxia antes do ato cirurgico e por curto periodo de tempo, esta definitivamente afirmada (5). No mes de dezembro de 2009, realizou-se um estudo descritivo, nao intervencionista e prospectivo, referente a indicacao da profilaxia cirurgica de pacientes internados no Hospital Santa Cruz. Foram analisados 57 pacientes submetidos a procedimentos cirurgicos. O genero feminino foi de 31 (54,4%) pacientes. A media de idade foi de 44 (+17) anos. Utilizou-se antibioticoprofilaxia em 47 (82,4%) cirurgias. A frequencia das cirurgias em ordem crescente foi: cardiaca (1,7%), otorrinolaringologica (3,5%), proctologica (3,5%), toracica (3,5%), plastica (5,3%), vascular (5,3%), abdominal (5,3%), urologica (12,3%), ginecologica (14,0%) e ortopedica (43,8%). A indicacao de antimicrobiano profilatico foi adequada, conforme protocolos institucionais, em 38 (66,7%) dos procedimentos. A associacao de drogas ocorreu, inadequadamente, em 4 (7,0%) pacientes. Em 14 (24,6%) pacientes, verificou-se equivoco na dosagem e no tempo de duracao da profilaxia. Constatou-se que a classe de cefalosporinas de primeira geracao (75,4%) e quinolonas (3,5%) foram as mais utilizadas. A profilaxia cirurgica apresentou um custo R$ 8,60/paciente e o seguimento dos protocolos ocasionaria uma reducao do custo de 28,4% por paciente. Esta analise ressalta a predominância de cirurgias ortopedicas com uso de orteses e proteses e o uso de profilaxia foi adequado (6). A indicacao da profilaxia pre operatoria tem seus alicerces em tres criterios conforme os protocolos institucionais: (a) quando o risco de desenvolvimento de infeccao do sitio cirurgico for alto; (b) quando o risco for baixo, porem com consequencias inaceitaveis; e (c) quando o risco de desenvolvimento for baixo, mas com paciente com alto risco de infeccao. Existe recomendacoes que seja formada equipes multidisciplinares (infectologista, farmaceutico clinico, microbiologista clinico, especialista em sistema de informacao, profissional de controle de infeccao e epidemiologista) para realizar as auditorias com possibilidades de intervencoes, bem como de um programa educacional (7).
Referência(s)