Artigo Acesso aberto Produção Nacional

Produção literária e contexto histórico no século XIX: O Mulato, de Aluísio Azevedo

2018; Editora da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (EDIPUCRS); Volume: 11; Issue: 1 Linguagem: Português

10.15448/2178-3748.2018.1.24502

ISSN

2178-3748

Autores

Magna Lima Magalhães, Paulo Roberto Staud Moreira, Rafael Eduardo Stelter,

Tópico(s)

Race, Identity, and Education in Brazil

Resumo

Tomando o romance O Mulato, de Aluísio de Azevedo, como pretexto, o artigo pretende analisar as representações político-literárias que ele comporta, sobre a presença negra no Brasil, no final do oitocentos. A obra transita por entre as estruturas sociais que projetavam múltiplos discursos indicando as relações de poder inferiorizantes do negro, como clérigos, comerciantes e Estado. As representações de manutenção do modo de produção escravo em face do desenvolvimento econômico e construção identitária nacional, convergem na lógica de que a emancipação negra não apenas é uma ameaça ao status quo da elite como perpassa o atraso brasileiro apreendido pelo viés da degeneração racial advindo da mestiçagem. Publicado em 1881, período de grandes mudanças estruturais (processo abolicionista, campanha e proclamação republicana, crescimento da imigração europeia), o livro coincide com a recepção no Brasil de várias perspectivas analíticas, que estimularam e condicionaram o pensar das elites nacionais sobre a participação negra, vista principalmente como entrave a consolidação de uma nação civilizada.

Referência(s)