Relato de caso clínico de fratura do arco zigomático

2017; Indonesian Center for Animal Research and Development; Volume: 6; Linguagem: Português

ISSN

2317-3009

Autores

Ariane Pereira Grisoste Barbosa, William Phillip Pereira da Silva, Lara Cristina Cunha Cervantes, Gustavo Antônio Corrêa Momesso, Leonardo Pérez Faverani,

Tópico(s)

Traumatic Ocular and Foreign Body Injuries

Resumo

O arco zigomatico e uma extensao ossea do osso zigomatico de anatomia simples. E linear e alarga-se na porcao zigomatica, e e formado pelo processo temporal do osso zigomatico e pelo processo zigomatico do osso temporal. Pode sofrer fratura mesmo sob a acao de traumas de pequena intensidade, devido a sua estrutura fragil e sua posicao na regiao anterolateral da face, apresentando um contorno de curvatura convexa. Sua etiologia e variada e se relaciona com caracteristicas como idade, sexo e classificacao social. As causas mais comuns encontradas sao acidentes de trafego (principalmente automobilistico), queda de nivel, agressao, esporte e causas desconhecidas. Os principais sinais de fratura sao: achatamento da face, deslocamento do ligamento palpebral lateral, retracao da palpebra inferior com achatamento da proeminencia malar e equimose das palpebras, conjuntiva e esclerotica, epistaxe unilateral e a maioria dos pacientes desencadeia trismo. Dor severa nao e uma caracteristica comum, a menos que o fragmento fraturado seja movel. E necessario tomar como base o historico medico, odontologico, a etiologia, o exame clinico (extra e intrabucal) e imagiologico (radiografias de Waters e de Hirtz ou tomografia computadorizada, que e mais indicada por nao haver sobreposicao de imagens) para dar-se um diagnostico adequado. O tratamento varia de acordo com o tipo de fratura, o grau de fragmentacao, a direcao e o deslocamento. Existem dois tipos de tratamentos que podem ser indicados para esses casos: o aberto, que e indicacao para todas as fraturas com deslocamento e rotacao medial e o fechado, que e utilizado em casos menos severos, podendo ser obtido atraves das insercoes normais das fascias e musculos nos ossos, ou pela compressao dos fragmentos contra os ossos adjacentes. O acesso cirurgico para a reducao pode ser intrabucal ou cutâneo, o primeiro com melhores resultados esteticos e o segundo com menor risco de infeccao. Para o arco zigomatico, da-se preferencia aos acessos pre-auricular, coronal e pre-auricular com extensao temporal.Relatar um caso clinico de fratura classica de arco zigomatico, com reducao na tecnica de Keen.Paciente A. E. S., 33 anos, sexo masculino, encaminhado a santa casa de Aracatuba devido fratura do osso zigomatico e desvio de osso nasal, ambos a direita, apos colisao em jogo de futebol. Apresentava bom estado geral de saude, lucidez orientada de tempo e espaco, e quadro afebril, anicterico e acianotico. Negou alergias, uso de medicamentos e enfermidades. Durante exame fisico extrabucal foi identificado edema em regiao de arco e zigoma a direita, com afundamento da regiao de arco zigomatico, enquanto no exame intrabucal nao foram encontradas alteracoes de normalidade. Apos os exames, em conjunto com as imagens da tomografia computadorizada, foi dado o diagnostico de fratura de arco zigomatico direito com deslocamento. Em um primeiro momento foi realizado internamento, solicitado exames laboratoriais, houve prescricao medicamentosa e o paciente aguardou a cirurgia. Tres dias depois foi submetido ao procedimento cirurgico, iniciado por anestesia local com sedacao enquanto posicionado em decubito dorsal horizontal. Apos anestesia, foi feita antissepsia com clorexidina degermante (extrabucal) e aquosa (intrabucal), e colocados campos cirurgicos estereis em posicao. A incisao foi feita em fundo de fornix maxilar a direita, tendo aproximadamente 0,5 cm, depois foi realizada divulsao dos tecidos e a localizacao da fratura. E entao, foi feita a reducao do arco zigomatico com instrumental e sem fixacao, tendo sido realizada atraves da tecnica de Keen. Nessa tecnica a fratura e encaixada no lugar quando mobilizada, e entao e estabilizada pela interdigitacao das extremidades dos ossos e pela esplintagem natural fornecida pelos musculos e fascias adjacentes. A simplicidade desse tipo de reducao e sua maior vantagem, uma vez que necessita de pequeno acesso cirurgico (3). A cirurgia foi finalizada com sutura por ponto simples utilizando Vicryl 4-0, sem ter tido intercorrencias. No pos-operatorio foi realizada nova tomografia, prescricao medicamentosa junto com orientacoes especificas e alta com acompanhamento bucomaxilofacial. Cinco dias apos o procedimento, paciente foi reavaliado e apresentava edema na regiao de fratura, porem sem dor a palpacao. Apresentava boa abertura bucal, sem dificuldade de mastigacao. Doze dias apos o procedimento, nao havia desvio a direita nem queixas algicas pelo paciente. Um mes apos o procedimento, foi realizada a ultima avaliacao, na qual nao havia manifestacao de edema, queixas ou alteracoes, portanto, o paciente recebeu alta, podendo retornar se necessario. Um caso classico de fratura do arco zigomatico mostra que esse tipo de injuria pode ser efetivamente estabilizada atraves do emprego de reducao pela tecnica de Keen, sem haver necessidade de fixacao.

Referência(s)