
Campo, gênero e academia: notas sobre a experiência de cinco mulheres brasileiras na Bolívia
2018; Volume: 26; Issue: 1 Linguagem: Português
10.11606/issn.2316-9133.v26i1p348-369
ISSN2316-9133
AutoresCaroline Cotta de Mello Freitas, Rafaela N. Pannain, Heloisa Marques Gimenez, Sue A. S. Iamamoto, Aiko Ikemura Amaral,
Tópico(s)Historical Gender and Feminism Studies
ResumoNeste artigo, apresentamos um debate sobre a relação entre gênero e trabalho de campo, formulado a partir de nossas experiências na Bolívia e buscando consolidar uma crítica ao machismo na academia. Com trajetórias disciplinares distintas (antropologia, ciência política, relações internacionais e sociologia), apresentamos relatos sobre como ser mulher marcou diversos momentos da nossa pesquisa, desde escolhas de lugares nos quais trabalhar e nossos acompanhantes durante o campo a que fontes iríamos consultar. O ponto central deste trabalho é o entendimento de que a suposta “neutralidade acadêmica” vigente, que tem o masculino como norma, ignora o assédio e a violência sexual como problemas do campo e da produção acadêmica como um todo, isolando-os como problemas da mulher. Pretendemos, assim, contribuir com o desenvolvimento de um léxico comum que permita a outras mulheres pesquisadoras abordar suas problemáticas em campo sem se sentirem menos capazes ou marcadas por sentimentos de culpa e vergonha.
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