Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Práticas de cuidado de parteiras e mulheres quilombolas à luz da antropologia interpretativa

2018; UNIVERSIDADE DE FORTALEZA; Volume: 31; Issue: 3 Linguagem: Português

10.5020/18061230.2018.7081

ISSN

1806-1230

Autores

Joenilton Oliveira Bonfim, Ivanete Fernandes do Prado, Elionara Teixeira Boa Sorte, Pablo Luiz Santos Couto, Nanci Maria da França, Antônio Marcos Tosoli Gomes,

Tópico(s)

Indigenous Health and Education

Resumo

Objetivo: Analisar o conhecimento popular quilombola acerca das práticas de cuidado desenvolvidas no pré-natal, no parto e no puerpério sob a ótica de parteiras e mulheres quilombolas. Métodos: Trata-se de um estudo qualitativo realizado em uma comunidade tradicional de remanescentes quilombolas do Sertão Produtivo do estado da Bahia, localizado no interior do Nordeste Brasileiro, com 12 mulheres, sendo duas parteiras e dez mulheres que vivenciaram o parto assistidas por uma das duas parteiras da comunidade, aplicando-se um roteiro de entrevista semiestruturada em fevereiro de 2014. Os dados foram analisados com o auxílio da Antropologia Interpretativa. A análise explicitou três categorias: práticas de cuidado cultural no pré-natal, práticas de cuidado cultural no parto e práticas de cuidado cultural no pós-parto. Resultados: Na primeira e segunda categorias, evidenciou-se, tanto pelas mulheres que vivenciaram o parto quanto para as parteiras, que são utilizadas manobras manuais para estimular as contrações das gestantes e para ajudar no posicionamento adequado do feto para evitar complicações. Na terceira categoria, as entrevistadas relataram o estímulo aos banhos de acentos com plantas e ervas, além do uso de chás naturais para evitar infecções e hemorragias puerperais, como conduta das parteiras. Conclusão: Conclui-se que as práticas culturais (manobras no parto, chás, orações às divindades naturais, banhos de assento com ervas e folhas) evidenciadas pelas participantes do estudo, transmitidas de geração a geração, são importantes para a saúde das mulheres quilombolas que vivenciam o ciclo gravídico puerperal e devem ser valorizadas pela equipe de profissionais da saúde.

Referência(s)