
Antropólogos na “África portuguesa”: história de uma missão secreta
2015; Cambridge University Press; Issue: 35 Linguagem: Português
ISSN
1750-0184
Autores Tópico(s)African history and culture studies
ResumoEntre 1956 e 1957, o antropologo Marvin Harris, professor da Universidade de Columbia, visitara Mocambique para realizar uma investigacao sobre a exploracao da forca de trabalho africana naquela “Provincia Ultramarina”. Devido as suas criticas ao regime, Marvin Harris foi declarado pessoa non grata pelas autoridades coloniais e teve que abandonar Mocambique. Em 1960, para tentar desfazer as criticas negativas de Harris, o antropologo portugues Jorge Dias convida a outro antropologo da Universidade de Columbia, o “brasilianista” Charles Wagley, para realizar uma viagem ao longo das “Provincias Ultramarinas” (a viagem comecou em Mocambique e finalizou em Guine-Bissau). Seguindo os rastros da ideologia lusotropicalista, Jorge Dias esperava que, apos essa viagem, Charles Wagley se posicionasse favoravelmente em relacao a presenca portuguesa na Africa e, a partir desse momento, apoiasse a criacao de estudos superiores na “Africa portuguesa”. A viagem contava com o apoio do Ministro do Ultramar portugues, Adriano Moreira, e era parte de uma tentativa de intercâmbio academico entre o Instituto Superior de Estudos Ultramarinos (ISEU) de Lisboa e a Universidade de Columbia. O artigo indaga sobre as consequencias politicas e academicas dessa viagem “confidencial” realizada, justamente, nas vesperas das lutas pela independencia nas colonias portuguesas
Referência(s)