Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

A (IR)REPETIBILIDADE DA PROVA PENAL DEPENDENTE DA MEMÓRIA: UMA DISCUSSÃO A PARTIR DA PSICOLOGIA DO TESTEMUNHO

2018; CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BRASÍLIA; Volume: 8; Issue: 2 Linguagem: Português

10.5102/rbpp.v8i2.5312

ISSN

2236-1677

Autores

William Weber Cecconello, Gustavo Noronha de Ávila, Lílian Milnitsky Stein,

Tópico(s)

Deception detection and forensic psychology

Resumo

Provas dependentes da memória de uma testemunha podem ser as única evidências de que um crime ocorreu. Entretanto, os procedimentos utilizados em oitivas de testemunhas ou reconhecimentos de suspeitos podem alterar a memória original do fato. Tais riscos são ainda maiores dado que no Brasil provas dependentes da memória humana são consideradas provas repetíveis. A repetibilidade desta prova não leva em conta o possível esquecimento de informações, ou a inserção de informações pós evento, que modificam a memória original. Este artigo visa apresentar as capacidades e limitações das provas dependentes da memória humana, comparando como a legislação e procedimentos utilizados para produção dessas provas por atores de justiça. Ao final, são discutidas políticas públicas que podem auxiliar a diminuir a distância entre conhecimento científico e práticas adotadas no nosso país. Se por um lado não é possível mudar o funcionamento da memória humana, é imprescindível pensar em mudanças no sistema de justiça que ajudem a preservar esta prova que deveria ser considerada irrepetível.

Referência(s)