NARRATIVAS JORNALÍSTICO-LITERÁRIAS E VISIBILIDADE
2018; UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ; Volume: 8; Issue: 1 Linguagem: Português
10.18468/letras.2018v8n1.p315-343
ISSN2238-8060
AutoresDaniela Werneck Ladeira Réche,
Tópico(s)Literature, Culture, and Criticism
Resumo<p>O objetivo deste artigo é analisar como os testemunhos das vítimas do genocídio em Ruanda e na Guerra de Albergues, na África do Sul, no pré-fim do <em>apartheid</em>, as ajudaram a escapar da dupla invisibilidade a que foram submetidas: porque a história africana tem sido negligenciada pelo Ocidente e porque tornaram-se fantasmas em suas próprias vidas, uma vez que atravessados por um passado de dor extrema. Para isso, são discutidos dois livros escritos por jornalistas: <em>Gostaríamos de informá-lo que amanhã seremos mortos com nossas famílias</em>: Histórias de Ruanda, de Philip Gourevitch, e <em>O clube do bangue-bangue</em>: Instantâneos de uma guerra oculta, de Greg Marinovich e João Silva. Embora elas tenham sido construídas a partir do testemunho indireto, no qual as vivências da violência são mediadas pela voz dos narradores, sustenta-se que essas vítimas foram reconhecidas nos relatos ora analisados como sujeitos. Suas vozes, silenciadas pelo trauma e pelo relato oficial, foram ouvidas pelos jornalistas, tornando possível a sobrevivência e permanência na história. <strong></strong></p>
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