Artigo Revisado por pares

Revolução e resistência: historiografia e luta armada no Brasil

2014; University of Porto; Volume: 4; Issue: 1 Linguagem: Português

ISSN

2183-0460

Autores

Lucileide Costa Cardoso,

Tópico(s)

Social and Political Issues

Resumo

Os diferentes graus de engajamento politico em organizacoes e partidos de esquerda determinaram caminhos diferentes com relacao a opcao pela producao do conhecimento historico. Defensores de uma historiografia engajada com os conflitos e tensoes do seu tempo, os estudiosos aqui destacados analisaram com rigor o golpe de 1964 e seus desdobramentos, buscando ultrapassar os limites dos documentos oficiais. O recorte esta direcionado para a problematica das esquerdas armadas e de suas relacoes com a sociedade e o Estado. A obra de Jacob Gorender - Combate nas Trevas. A Esquerda Brasileira: das ilusoes perdidas a luta armada, 1987, o livro de Daniel Aarao Reis Filho, A Revolucao faltou ao Encontro: Os Comunistas no Brasil, 1989 e a do sociologo Marcelo Ridenti, O Fantasma da Revolucao Brasileira, 1993, entre outras publicacoes e artigos, permitem o enquadramento do discurso historiografico como territorio de memoria. Tal producao pode ser caracterizada pela hiperpolitizacao do debate, envolvendo paixoes e engajamentos, visiveis na arte de discutir bem, de realizar julgamentos rapidos, finalizados com argumentos contundentes. Os seus escritos passaram a incomodar tanto os defensores mais diretos da ditadura, como os opositores mais moderados, especialmente pela coragem na abordagem do tema da violencia politica, envolvendo projetos de revolucao e de resistencia. Episodios hoje, relegados ao esquecimento, favorecendo a valoracao da luta democratica como memoria hegemonica e pacificadora desse passado.

Referência(s)