Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Alterações hemodinâmicas sistêmicas durante a compressão do gânglio trigeminal com balão com ou sem bloqueio anestésico local

2018; Thieme Medical Publishers (Germany); Linguagem: Português

10.1055/s-0038-1672362

ISSN

2359-5922

Autores

C. R. de Lins, Kleber Paiva Duarte, Manoel Teixeira, Arthur Lopes, Gabriel Taricani Kubota, R. N. Bueno, Sílvia Regina Dowgan Tesseroli de Siqueira, Cláudio Romero Farias Marinho,

Tópico(s)

Anesthesia and Pain Management

Resumo

A microcompressão por balão tem sido a técnica percutânea mais realizada para tratamento da neuralgia essencial do trigêmeo. É considerado um procedimento seguro, rápido e eficaz. Na realidade, este é um procedimento com grande potencial de complicação cardiovascular. Arritmia cardíaca, bradicardia, assistolia, parada cardíaca, infarto agudo do miocárdio, bem como hipertensão arterial severa, são relatos frequentes. Apresentamos o resultado de um estudo prospectivo realizado em 31 pacientes submetidos ao procedimento de compressão do gânglio trigeminal por balão. Foram randomizados em dois grupos com idade, gênero e condições clínicas similares, visando avaliar se o bloqueio anestésico do gânglio trigeminal com lidocaína 2% (0,6 mL) antes da insuflação do balão faria diferença com relação à pressão arterial (PA), à frequência cardíaca e ao resultado final. Todos os pacientes realizaram o procedimento sob anestesia geral. Os pacientes eram 60% do sexo masculino, e 40%, do feminino, com idade média de 62 anos. Todos com neuralgia trigeminal idiopática, refratários ao tratamento clínico (ao menos carbamazepina ou oxicarbazepina, fenitoína, baclofeno, gabapentina, clonazepam), sem procedimento prévio. Sessenta e três por cento eram hipertensos e em uso de medicação, mas com a PA controlada. As variáveis hemodinâmicas (PA, frequência cardíaca, oximetria periférica) e BIS foram medidas a cada minuto nos cinco tempos relacionados ao procedimento: pré-anestesia (PRE), anestesia geral (ANE), punção do gânglio trigeminal (PGT), insuflação do balão (INS) e desinsuflação (DES). O procedimento cirúrgico foi realizado conforme a rotina do serviço, com 2 minutos de insuflação e aspecto do balão controlado por radioscopia. Não houve diferença estatisticamente significativa entre os valores das médias de PA observados nos pacientes submetidos ou não ao bloqueio anestésico no período pré-operatório (p = 0,868), durante a anestesia geral antes da manipulação cirúrgica (p = 0,569) e no despertar da anestesia geral (p = 0,273). Houve diferença estatisticamente significativa entre os pacientes dos dois grupos de estudo, quanto aos valores das médias de PA durante a punção do gânglio trigeminal e a insuflação do balão. O bloqueio anestésico do gânglio trigeminal acarreta menor repercussão hemodinâmica. O racional diz respeito ao bloqueio do reflexo trigêmino-cardíaco pelo anestésico local, visto que a lidocaína é um potente bloqueador de canal de sódio.

Referência(s)