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Indicação geográfica e queijos artesanais : marco legal e desafios a uma política para este segmento no Brasil

2018; Couffy-sur-Sarsonne; Volume: 37; Linguagem: Português

10.4000/confins.15222

1958-9212

Benedito Ely Valente da Cruz, Rosangela Ap. Medeiros Hespanhol,

Urban Development and Societal Issues

Nos últimos anos, os queijos artesanais têm despertado a atenção de pesquisadores, governos, produtores e consumidores destes produtos no Brasil. As razões deste despertar estão relacionadas a um conjunto de fatores, tais como: as crises contemporâneas no setor agroalimentar; a valorização do rural como sinônimo de volta ao passado, ao tradicional, à natureza, etc.; a (re) valorização do saber-fazer tradicional apreendido como possibilidade de acesso a alimentos seguros, quando comparados aos produtos industrializados; e a perspectiva do desenvolvimento territorial. Nesse contexto de mudanças, a pesquisa teve como objetivo principal analisar a política de Indicações Geográficas (IGs) no Brasil, enfocando os desafios concernentes à “certificação” dos queijos artesanais, em especial os Queijos do Serro e Canastra em Minas Gerais e do Marajó no Pará. A pesquisa possui uma abordagem quali-quantitativa, em que foram utilizadas pesquisa bibliográfica, documental e de campo, com aplicação de roteiro de entrevista semiestruturado. O referencial teórico fundamentou-se nas discussões sobre indicações geográficas, (re)territorialização e desenvolvimento territorial. Como resultado, a pesquisa identificou que a ausência de um marco legal adequado, a pouca compreensão sobre as IGs e a ausência de uma política pública federal para os queijos artesanais são os grandes desafios para este segmento no Brasil.