
Teopoética do traste em Manoel em Barros
2018; UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO; Issue: 36 Linguagem: Português
10.12957/soletras.2018.33799
ISSN2316-8838
AutoresEli Brandão da Silva, Huerto Eleuterio Pereira Lima,
Tópico(s)Cultural, Media, and Literary Studies
ResumoEste artigo apresenta uma leitura teopoética da obra do poeta Manoel de Barros, analisando e interpretando sua poesia como (re)criação teológica. Parte-se do pressuposto que seus poemas configuram num só tecido complexas relações entre literatura e religião, poesia e teologia, poesia e sagrado. A compreensão é a de que na poesia de Manoel de Barros o sagrado está associado às “coisas jogadas fora por motivo de traste”, ao rés do chão e que as coisas ordinárias do cotidiano, bem como pessoas excluídas são expressões por meio das quais a divindade é nomeada e se manifesta. Trata-se de uma singular poesia que tece um dizer poético que voltar o olhar para as coisas humílimas, monumenta o pequeno, sacraliza o chão e conjuga experiência poética com experiência religiosa. A interpretação de figuras e temas referentes às relações entre o humano e o sagrado na obra do poeta é operada por meio de uma hermenêutica interdiscursiva, que se apoia em saberes teológicos e literários. Neste empreendimento teopoético foram úteis as contribuições de Pagán (2011), (Paz (2012/2013), Magalhães (2013), Fiorin (1999), Maingueneau (2007), dentre outros.
Referência(s)