Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Neuropatia periférica em pessoas com mieloma múltiplo

2018; UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO; Volume: 31; Issue: 4 Linguagem: Português

10.1590/1982-0194201800061

ISSN

1982-0194

Autores

Maysa Mayran Chaves Moreira, Andrea Bezerra Rodrigues, Patrícia Peres de Oliveira, Maria Ísis Freire de Aguiar, Gilmara Holanda da Cunha, Roberta Marjorie Cunha Pinto, Deborah Francielle Fonseca, Luciana Regina Ferreira da Mata,

Tópico(s)

Chemotherapy-related skin toxicity

Resumo

Resumo Objetivo Investigar a prevalência e incidência de neuropatia periférica relacionada ao tratamento com antineoplásicos de pessoas com mieloma múltiplo bem como a associação entre os esquemas quimioterápicos e a neuropatia periférica após o tratamento. Método Estudo documental, correlacional, realizado em dois locais de referência para tratamento oncológico, localizados nos estados do Ceará e Minas Gerais, com análise de pacientes atendidos entre janeiro/2013 e janeiro/2016. Os dados foram analisados utilizando-se análise descritiva e inferencial a partir dos testes qui-quadrado e exato de fisher. Resultados Foram avaliados 100 prontuários de pessoas com mieloma múltiplo com média de idade de 62,7 anos, maioria de homens (64%). O esquema quimioterápico mais utilizado (60%) foi o bortezomibe, dexametasona e ciclofosfamida; 20% dos pacientes apresentavam neuropatia periférica antes do tratamento, 68% desenvolveram durante o tratamento e 56% ao finalizar o tratamento. Não houve associação entre os esquemas quimioterápicos e a neuropatia periférica após o tratamento. Conclusão O presente estudo mostrou um aumento da incidência de NP em indivíduos em tratamento para o MM, 80% apresentaram sintomas de neuropatia antes e/ou durante e/ou após o tratamento com esquemas quimioterápicos. A predominância foi de homens idosos aposentados. O esquema quimioterápico mais utilizado foi o VDC e não foi identificada associação entre os esquemas utilizados e a NP após término o tratamento. As implicações dessas observações recaem sobre a necessidade de avaliação contínua da NP em pessoas com MM, além da monitorização rigorosa desse evento no decorrer do tratamento e após o mesmo, bem como o manejo dos eventos adversos e alterações relacionadas a doença. Não houve associação entre os esquemas quimioterápicos e a neuropatia periférica após o tratamento. Espera-se que os resultados obtidos auxiliem na organização de um registro de dados sobre NP em pacientes com câncer, com o objetivo principal de determinar alvos de intervenção, tornando o cuidado mais eficiente e integral.

Referência(s)