Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Meningioma atípico recidivante, multimetastático e fulminante: relato de caso raro e revisão da literatura

2018; Thieme Medical Publishers (Germany); Linguagem: Português

10.1055/s-0038-1672786

ISSN

2359-5922

Autores

Damácio Paiva, André da Costa, Nilson Pinheiro Júnior, Ana Uruguay, Eduardo Costa, Yáskara Freire, Lídia Barisic, Moisés da Costa Fernandes, Lucas J. Castro‐Alves, Guilherme de Lima,

Tópico(s)

Vascular Malformations Diagnosis and Treatment

Resumo

Homem, 58 anos, apresentou convulsão e síncope, sendo diagnosticado em ressonância (RM) com lesão expansiva parassagital frontoparietal com base de implante dural sugestiva de meningioma. Foi metido a ressecção completa (RC) Simpson 2 e patologia confirma Meningioma Atípico grau II OMS (MA). Após 4 meses, apresentou estado de mal epiléptico, sendo realizado RM multimodal que constatou recidiva nas margens cirúrgicas. Neste período, relatava dor em escápula direita com lesão lítica radiográfica, sendo feita biópsia guiada por tomografia com perfil imuno-histoquímico de MA com componentes de células claras (citoqueratinas AE1/3+focal, EMA+, RP+, RE−, Vim+, Ki67 25%). O rastreio com PET-TC apontou lesões nas vértebras T1 e L4, na escápula direita e ilíaco esquerdo, além de dois focos hepáticos e quatro nódulos pulmonares. A discussão neuro-oncológica foi pela citorredução no SNC devido sintomas e adjuvância com radioterapia (RT) no leito tumoral, e hormonioterapia com tamoxifeno. Após 8 meses, nova RC Simpson 2 do MA. Foi realizada revisão de lâminas, confirmando o diagnóstico. As abordagens oncológicas não resultaram em melhora clínica, vindo a falecer após 1 ano do diagnóstico por hemorragia pulmonar maciça. Os meningiomas são tumores em sua maioria benignos, sendo padrão a cirurgia com RC (Simpson 1–3). No MA, o timing da adjuvância com RT não está estabelecido, havendo recomendações de RT no pós-operatório ou na recidiva eventual; nem há quimioterapia (QT) de eficácia clínica para estes tumores. O manejo dos MA metastáticos permanece um desafio e uma grande lacuna na literatura. A revisão revelou 11 casos de MA metastáticos, sem predileção sexual, com tempo médio até a 1a recidiva de 31,5 meses (6–60 meses). Os locais mais frequentes de implantes foram pulmão (5/11 casos), coluna (5/11), fígado (3/11), e foram tratados com RC+RT+QT em 6 casos, sendo a QT com hidroxiureia a mais utilizada. Nos relatos da literatura, o perfil imuno-histoquímico e desfcho final não são caracterizados, o que se pode inferir a heterogeneidade dos MA metastáticos. Este é o 13° relato, e a revisão da literatura sugerem que: 1) o manejo dos MA metastáticos não está estabelecido; 2) os MA podem ter um desfecho mais favorável com um tratamento multidisciplinar (RC+RT) inicial.

Referência(s)