
A transposição do rio São Francisco e a saúde do povo Pipipã, em Floresta, Pernambuco
2018; UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO; Volume: 27; Issue: 3 Linguagem: Português
10.1590/s0104-12902018170388
ISSN1984-0470
AutoresGlaciene Mary da Silva Gonçalves, Edson Silva, Russell Parry Scott, Idê Gomes Dantas Gurgel, André Monteiro Costa,
Tópico(s)Hydropower, Displacement, Environmental Impact
ResumoResumo Ações governamentais de implantação de projetos de desenvolvimento nos territórios indígenas, cujo modelo explorador está vinculado à expectativa de suposto progresso econômico e social, vêm afetando as perspectivas de futuro dos povos em diversos países e no Brasil. O estudo analisou os processos socioambientais de vulnerabilização do povo Pipipã, localizados no município de Floresta, Pernambuco, decorrentes da transposição do rio São Francisco. A pesquisa foi realizada na perspectiva da determinação social da saúde e propõe o movimento dialético, no intuito de promover os diálogos necessários para a devida compreensão da complexidade dos problemas de saúde. Os procedimentos metodológicos se pautaram na técnica qualitativa de coleta e análise de dados. As estratégias de pesquisa utilizadas no estudo foram análise de documentos, entrevistas e observação participante, que favoreceram a compreensão dos processos sociais destrutivos determinados pela transposição do São Francisco e das percepções do povo Pipipã sobre a relação com a saúde e a doença. A pesquisa evidenciou que, em função da transposição do São Francisco, os Pipipã foram vulnerabilizados material e simbolicamente, e novas territorialidades e vulnerabilidades foram estabelecidas compulsoriamente, encontrando-se, portanto, a etnia ameaçada em seus processos de reprodução social.
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