HISTORIOGRAFIA DE “OLHOS D’ÁGUA” EM ALEXÂNIA (GO) E SUA RELAÇÃO COM A FEIRA DO TROCA COMO ELEMENTO DE AFIRMAÇÃO CULTURAL COMUNITÁRIA
2018; Volume: 3; Issue: 2 Linguagem: Português
10.32411/revistanos-2448-1793-v3n2-8138
ISSN2448-1793
AutoresFernando Luíz Araújo Sobrinho, Edilene Américo Silva,
Tópico(s)Urban Development and Societal Issues
ResumoEm 1960, Olhos d’Água perdeu a condição de sede política e administrativa para a recém fundada Alexânia, que foi edificada a partir da construção da BR-060. Desde esse evento, e por mais de uma década, essa comunidade ficou desarticulada e fragilizada economicamente. Porém, por meio da Feira do Troca, conseguiu se projetar como resistência cultural no contexto municipal. A ocupação da área data de 1941 e, atualmente, vivem no local cerca de 1.445 pessoas. Até 1960, praticava-se a agropecuária e se produziam, no local, os próprios utensílios. Entre 1960 e 1973, a perda da condição de sede municipal desencadeou a desarticulação e impacto nos arranjos produtivos locais. A partir de 1974, a escola iniciou um trabalho de Arte e Educação e os artesãos mais antigos tornaram-se professores das crianças e dos jovens. Juntos, começaram a produzir peças e “produtos da roça” para a primeira feira, que ocorreu no mesmo ano. O intuito maior foi trocar o que era produzido no campo por produtos da cidade e não se dava ênfase às vendas. Desde então, a Feira do Troca tem sido preparada e realizada pelos moradores e é considerada um símbolo identitário local. Desde a primeira feira, já se passaram quarenta anos e novos elementos têm sido introduzidos em sua composição, resultado da mercantilização capitalista. Há mais produtos disponíveis para a venda em detrimento daqueles voltados à troca. Entretanto, é inegável como a cidade e seus moradores se enchem de expectativa pela chegada dos três dias de evento.
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