Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

PARA COMPREENDER UMA INTUIÇÃO: CRITÉRIOS PARA DISTINGUIR ARGUMENTOS DE ADJUNTOS VERBAIS

2018; UNIVERSIDADE EST.PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO; Volume: 62; Issue: 3 Linguagem: Português

10.1590/1981-5794-1811-6

ISSN

1981-5794

Autores

Heronides Moura, Rafaela Miliorini,

Tópico(s)

linguistics and terminology studies

Resumo

RESUMO A distinção entre argumentos e adjuntos verbais é fundamental para alicerçar diferentes teorias linguísticas. Entretanto, ainda que nossa intuição seja segura para analisar os casos mais prototípicos, ela falha no julgamento de algumas relações verbais. Precisamos, pois, de um critério seguro (e não apenas intuitivo) que seja capaz de diferenciar todos os casos de complementação dos de adjunção verbal. Portanto, o objetivo deste trabalho é apresentar e discutir alguns dos principais testes que buscam diferenciar argumentos de adjuntos verbais (JACKENDOFF, 1977; DOWTY, 1982; CAPPELEN; LEPORE, 2005; HAEGEMAN, 2006; KENEDY, 2013; MIOTO; FIGUEIREDO SILVA; LOPES, 2013), especialmente quando temos os papéis temáticos de benefactivo e de locativo – pois são papéis que ocorrem tanto na posição de argumento interno quanto na de adjunto. Vamos apresentar os seguintes testes: (i) opcionalidade do termo, (ii) subcategorização, (iii) s-seleção, (iv) acarretamento e (v) retomada anafórica, e tentar mostrar quais são os problemas que cada um deles enfrenta. Surpreendentemente, a distinção argumento–adjunto parece não encontrar suporte consistente e definitivo em nenhum teste proposto pela literatura. O último deles, entretanto, a retomada anafórica, é o único que parece capturar essa distinção, embora diagnostique como transitivos alguns verbos classicamente considerados inergativos (como viajar e telefonar ).

Referência(s)