DNA BARCODE E SEXAGEM MOLECULAR DE TIRANÍDEOS (AVES: TYRANNIDAE) DA ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DO PRATIGI, BAHIA
2018; UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA; Issue: 20 Linguagem: Português
10.13102/semic.v0i20.3106
ISSN2595-0339
Autores Tópico(s)Environmental and biological studies
ResumoO Brasil apresenta uma das maiores diversidades de aves do mundo, com 1901 espécies, das quais 270 espécies endêmicas do Brasil segundo o Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (CBRO, 2014). A avifauna, pela sua diversidade e ocupação de papéis ecológicos, muitos dos quais, chave nas comunidades, representa um dos elementos de maior eficácia para indicar as condições ambientais, auxiliando na identificação de processos de degradação e na criação e implantação de medidas conservacionistas (Gonzaga 1986).No intuito de preservar um remanescente importante da Mata Atlântica do sul da Bahia, foi criada em 1998, em uma área de 85.686 ha, a Área de Proteção Ambiental do Pratigi (APA do Pratigi), que abrange cinco municípios (Ibirapitanga, Igrapiúna, Ituberá, Nilo Peçanha e Piraí do Norte). As investigações sobre a avifauna da Mata Atlântica do baixo sul da Bahia, ainda são incipientes e concentradas, sobretudo, na costa do cacau (Cordeiro 2000, Cordeiro 2003, Laps et al 2003, Silveira 2005). Esta situação é totalmente insatisfatória diante de uma região com rica biodiversidade de fauna e flora e que vem sofrendo, historicamente, grandes agressões e transformações.Coleções ornitológicas sempre foram centros de produção e difusão do conhecimento básico sobre a diversidade e distribuição de aves no Brasil congregando dados acerca da avifauna de uma região, sua biogeografia e ecologia e estudos de anatomia, taxonomia e sistemática molecular, importantes para subsidiar políticas conservacionistas de ambientes e espécies, além da descrição de novos táxons (Vuilleumier 1998; Aleixo & Straube 2007). A Divisão de Aves do Museu de Zoologia da Universidade Estadual de Feira de Santana (DAMZFS), lotada no Laboratório de Ornitologia/UEFS, foi criada em 2005 (Deliberação CGEN no 121 de 05/08/2005; DOU 01/09/2005) e além de conter espécimes taxidermizadas, também conta com as coleções de tecidos (amostra de material genético) e de carcaças e vísceras dos espécimes tombados, conservadas em álcool 70%, cujo objetivo é fornecer material para investigações genéticas, propiciando importante instrumento para o apoio de pesquisa genética da avifauna do nordeste, visando o entendimento de questões evolutivas e biogeográficas das aves, assim como sua conservação.Algumas espécies de aves não apresentam dimorfismo sexual, dificultando a distinção entre machos e fêmeas, apenas pela morfologia externa. Atualmente, uma das maneiras mais seguras e efetivas de realizar a identificação de machos e fêmeas em diversas espécies de aves é por meio da denominada “sexagem molecular”, em que se analisa uma determinada porção do genoma que apresenta diferenças entre os sexos. Como as aves apresentam um sistema de determinação sexual do tipo ZZ (machos) / ZW (fêmeas), um marcador ideal para identificação de sexo nestes animais pode ser considerado um DNA único ao cromossomo sexual W, presente unicamente nas fêmeas (Miyaki et al. 1998 apud Gonçalves 2013).Dados genéticos têm sido cada vez mais utilizados na Ornitologia para complementar dados morfológicos, ecológicos, biogeográficos, entre outros (Myiaki 2010). A necessidadede se estudar a rica biodiversidade da Mata Atlântica com a finalidade de conhecê-la e principalmente preservá-la são, sobretudo devido ao alto índice de endemismo que este ambiente apresenta. Nesse sentido, a sexagem molecular em aves se faz necessária em espécies que não possuem dimorfismo sexual, tornando-se valiosa ferramenta para estudos de conservação e de populações.
Referência(s)