Artigo Acesso aberto Produção Nacional

FREUD E A TEORIA DA INTERPRETAÇÃO DOS SONHOS: UMA DISCUSSÃO À LUZ DA FILOSOFIA DE MARTIN HEIDEGGER E DE PAUL RICOEUR

2018; UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA; Issue: 20 Linguagem: Português

10.13102/semic.v0i20.3193

ISSN

2595-0339

Autores

Fernanda de Almeida,

Tópico(s)

Hermeneutics and Narrative Identity

Resumo

O presente resumo expandido almeja apresentar os resultados obtidos com a execução de um ano de pesquisa, na modalidade de iniciação científica, cujo apoio institucional foi do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A pesquisa, intitulada ―Freud e a teoria da interpretação dos sonhos: uma discussão à luz da filosofia de Martin Heidegger e de Paul Ricoeur‖, teve como finalidade investigar se a teoria freudiana da interpretação dos sonhos se afina com as formulações das ciências naturais, como advoga Martin Heidegger, ou se, devido ao fato de buscar decifrar os sentidos dos conteúdos oníricos, se afasta do naturalismo, como afirma Paul Ricoeur.Ricoeur (1977) defende, na obra Da interpretação: um ensaio sobre Freud, que, ao interpretar os sonhos, a psicanálise não só revelou que os mesmo têm sentidos, mas demonstrou que tais sentidos são deslocados e distorcidos na forma representativa de imagens. De acordo com a perspectiva ricoeuriana, a busca dos sentidos ocultos dos sonhos é um procedimento que não pode ser encaixado no rol de procedimentos puramente naturalistas. Para o filósofo francês, com a busca dos sentidos latentes dos sonhos Freud se desvinculou da supremacia da explicabilidade naturalista presente em seu escrito inicial intitulado Projeto para uma psicologia científica, de 1895.Na obra Seminários de Zollikon Martin Heidegger (2001) atesta que Freud postula o conceito de inconsciente a favor da explicabilidade de todos os atos psíquicos – inclusive a formação dos sonhos –, se servindo de pressupostos oriundos das ciências naturais. De acordo com Freud a etiologia da elaboração onírica é atribuída ao inconsciente, ou seja, ―a força propulsora da formação dos sonhos é fornecida pelo inconsciente‖ (FREUD, 1996a, p. 568). Para Heidegger, na medida em que este constructo cumpre função causal, não deve ser considerado como um elemento desvinculado do naturalismo. Pretendemos com este resumo expandido explanar e problematizar, dentro do escopo a ele atribuído, a posição dos autores frente à teoria freudiana da elaboração dos sonhos.

Referência(s)